Sou Outro Você

Saturday, May 26, 2007

A fonte estava seca, e já não sabia mais como lhe dizer certas coisas, tipo, como havia adorado seu dito, como ele entrou de um jeito completamente diferente de todos os outros. Revisto e corrigido, a palavra limpa... Exato em seus termos distantes, capturo um saber no ar, pela própria forma de se dizer do amor que teve, o amor que tive então se revela em outra boca, em outras mãos, e aquelas palavras num primeiro momento longe de serem alcançadas, desabrocham de botão em flor madura, viva e respirante, de um vibrante pulsante feito sangue tivesse correndo...
A fonte estava seca, eu disse ao iniciar. Mas não está. Estava. Encheu-se de amor nessa hora de agora, em que comprometido com a resposta, lhe ajeito o que seria abjecto de forma que seu contrário seja.
O final eu já conheço, e será o mesmo para todos nós. Avançar no futuro dá nisso, vemos as coisas mais terríveis, como a morte certa.
Eu gosto do que vejo, aceito-a, me preparo para recebê-la.

Thursday, May 24, 2007

COISA DE ANJO

És então Rainha
Jura-me estas palavras
Tolice a minha acreditar nelas
Em vãos vão e vêm
Ou então creio em ti
Fazendo valer a fotografia
Que já é como Yoko
Sou teu amado J. Lennon
Teu homem perdido para a morte
Assassinado pelo corcunda
(não o de Notre Dame)
Meio torto assassinato
Porque não estou ainda
Do outro lado 100% morto
Ainda estou aqui
Mais inteiro do que antes
Mais disposto do que nunca
Desejando-te encontrar
Explicação, sentido comum
Que me faça não mais duvidar
De que és sim a minha amada
A cabeleira que perdemos não nos nega
Somos sim filhos do amanhã que virá num mergulho
Furando tsunami, Pegando jacaré nas ondas gigantes
Girando soltos no olho do furação
Nenhum vendaval destruirá o poder da criança

Enquanto ela te habitar, nossos filhos esquecidos
Eles renascerão num outro tempo longe desse
Num tempo delicado, sutil amor guardado a nos esperar

Te amo além da fonte dos desejos
Te amo além da lâmpada mágica
Te amo muito além de um milagre
Te amo porque és minha Rainha
Minha doce e bela amada Rainha
Te amo homem santo, sem sexo nem vaidades
Te amo pureza que vislumbro agora
Coisa de anjo

Wednesday, May 23, 2007

Isso tudo é seu, Lolito?

Isso tudo é seu, Lolito?
Me diz a verdade, nasceu de ti?
Tô de calça arriada...
No lugar do sexo um buquê
Das flores mais lindas pra você

Meu príncipe encarnado
Meu homem tão mundano
Tão amado ser humano
Se despindo
Se despedindo
Se desvencilhando
Do que te amarra
À vida desgastada
Amor velho e acabado
Largado na frescura
No belo toque das palavras

Agora vem pra casa
Vem para teu Reino
Habitar nosso Palácio
Quem te chama você sabe
Mais ainda do que eu-próprio
Vem me contar estrelas matutinas
Vem me mostar o outro sol
A nova lua brilhando o dia
Vem redescobrir comigo as cores esquecidas
E cantar aquela antiga cantiga de me ninar
Adormeço quieto e tranquilo em teus braços
E sonho sonhos divinos
Viagens por um astral além astral

E lá te reencontro. Então mais uma vez...

REVIRAR DOS OLHOS

Revirar de olhos só na incorporação
Nem na hora do sexo deveria ter permissão
Exagero esdrúchulo de extase do gozo
Sinto nojo com esse naipe de espasmo
Triste vivência minha abandonada
Não nunca jamais esquecida
Na cara do corcunda os olhos revirados

Como é que eu pude, Senhor
Como é que eu fiz isso, meu Pai
Como é que se faz isso, eu um filho de Deus

Amado, devolve a carne ao seu setor
Ou então vá até a floresta se arriscar
Pode ser que algum bicho se conceda
Se condene a ser teu alimento
E curve-se diante de ti
Esperando que o mate

Eu não o mataria
Não daria de ombros
À renúncia de uma vida

ÉS RAINHA

Ah, Rainha mais bela de todas é a minha
És Rainha!
Renata, a Rainha em teu canto iluminado
Vem e me alucina de palavras benditas
Reconheces a majestade não só em mim
Mas em teu próprio ser a determina
És Rainha!
Rainha da fala, minha Rainha da poesia
Rainha que em tudo o que toca comunica
E musifica a vida para que me encante
Eu só danço se for contigo, minha Rainha
És minha Rainha!
Vem pro teu palácio ter comigo uma rima
Já não me espanto tamanho amor que sinto
Por tudo que se torna mais e mais claro ainda
Receba tua coroa, vista-a
E sente-se ao meu lado em teu trono
Sinta-se Rainha... És Ranata, a Rainha.

Tuesday, May 22, 2007

A PAIXÃO DA MEDUSA (2)

Vem Medusa me ver de frente
Me olhar fundo no olho
Eu que já não me engano
Sou o deus do fogo
Salamandra essencial ao teu ser
Cansado de petrificar
Vem e se queima em mim
Vem e se joga na fogueira do meu ser
Vem, me tem louca em suas mãos
E me beija a boca incendiária
Voltei ao mundo foi para isso
Só pra te catar de jeito
Eu, que permanecerei de pé
Quando me olhares nos olhos
Teus poderes sobre os mortais
Não servem de nada a mim
Que já morri (estou morto)
E morri, morri, morri tanto
Que já não me espanto
Nem com a tanta beleza
Dessas tuas palavras
Vem pegar fogo comigo
Vem...

EU ASSUMIDO REI

E eu assumo, sou Rei
Você meu amado súdito
Um príncipe ao meu ver
Você no meu olhar brilhou
Feito estrela caindo
Caindo, caindo devagar
Até chegar em mim
Ate chegar para mim...
Meu amado anjo azul
Tua luz celestial
É aonde eu reflito
Igual a ti estou
Tirando as más-caras
Lavando o rosto
Nas águas claras
De um mar bravio
Se acalmando
Se acalmando
Se acalmando
Te acalma pequeno
Te acalma
Te acalma
Te acalma

Sunday, May 20, 2007

CARALHO!

CARALHO!
Me desculpa o palavreado... tô com a boca suja hoje... mas que caralhão!
Ô mulher, cê tem certeza mesmo de que você é mulher?
E esse caralho gigante que você traz aí, entre as pernas...
E isso não tem nada a ver com a guerrinha-humana-mundana entre os sexos não.
Tem nada a ver com isso não.
Tem a ver mesmo é com o caralho imenso que você tem.
Eu que sou homem na formação genética, de escroto e cacete, não carrego comigo membro tão exuberante.
Não quero mais escrever.
Agora quero só te ler, e vislumbrar a possibilidade de em um dia qualquer desses, saber em mim, sem mais te precisar, ser exato você.
Ser exato outro você.
Nada mais tenho a dizer.

(((ofertado à Tathiana Treuffar - acabando de lê-la e de respondê-la)))

PARAFRASE DA DANDA

Perfeito!
Tá tudo certo irmã. Somos ímãs.
Nos achamos mais uma vez pelas ruas
Botando fogo nelas
Nas ruas de Botafogo.
Na encruzilhada das boas almas
Atraímos bons pensamentos, e nos dissemos
Gargantas santas que somos.
Gargantas passantes, gargantas que também passarão
Porque passarinho...
Tomei minha droga na hora quase exata.
Já sei que amanhã acordarei de ressaca.
O cigarro eu dispenso irmã.
Mas como foi bom fumar contigo essa noite.
Como foi bom...
Que bom que eu te achei, e que você grudou em mim,e que eu grudei em você...
Ímã, irmã, somos ímãs.
E ah, a frase exata é assim:
"...parece-me que só o que fica dos outros seja o que de verdade somos em definitivo..."
Só um ajuste final.
Te amo inteira.
Te amo inteiro.
Me amo mais e mais ao teu lado.
Adoro o que ficou de ti em mim.
É o meu eu mais bonito.
O que me manda um beijinho da kombi.

Saturday, May 19, 2007

o maior amor do mundo

Eu não poderia te fazer tão feliz
Não poderia...

Por quê não (!?)

Não sei se posso ainda
Não sei se posso mais


Mas de verdade como eu te quis
Assim, desse jeitim
(como te quero agora e sempre e tanto)
Assim, desse jeitim
Livre, leve e linda

Tão amada você, menina Camilla
Tão amada por mim e por todos
Te devo o maior amor do mundo
Eu te devo isso, agradecido
Por um dia ter me escolhido

Te peço perdão nessas palavras
Se não fui homem o bastante
Se fui homem de menos
(homem minúsculo)
Se fui homem insuficiente, me perdõe


Meu coração será eternamente teu
Pela eternidade seguirei te amando
E te amarei, e te amarei, e te amarei
Tô amarrado à esse amor pela cintura
Por você estou vivo, por você respiro
Só por você; e por mim também, é claro
E por todos os homens e mullheres
Minha mãe, minha família, meus amigos
(por toda criatura, todo ser vivente)
Mas você me é especial... especial
Amor antigo, de outras eras, de novas vidas
Algumas ainda não vividas, ainda por viver

Ao teu lado estarei à sua espera
Ao teu lado estarei, me espera
Ao teu lado estarei, quem sabe(?!)
Ao teu lado estarei, mesmo assim
Mesmo estando longe até de mim

Estarei por perto
Estarei por dentro
Do seu pensamento
Na sua emoção


Te amo, te quero e te espero
Vá ser feliz, minha amada
Vá, voe o mais alto que puder
Voe, minha princesa alada, voe
Depois volta a me ensinar
Volte para me dizer
Como foi o seu voar
Vá, voe... Voe... Voe...

Monday, May 14, 2007

num tempo de mato

Tô num tempo de mato
Sem ter net nem TV a cabo
Fumar só se for baseado
De um verde-in natura
(poupar o peito do tiro do tráfico)
Às seis horas que é a hora
Invocando Sua Presença Santa
Minha Mãezinha Nossa Senhora
Edifício já não quero mais
Caso e moro na caverna
Ou então em mim resido
Viajar de galope à milhão
Nós nus (eu você e o cavalo)
Essencialmente ser de sagitário
Somente sins no pensamento são
Semente germinada brotando fé
E cresce o broto
E vira folha e cheira à flor
Até que planta inteira seja
Laranjeira carregada de laranja boa
Agua o mar de lágrima amor
(Marlene mais e mais feliz)
Shuá, meu mar mãe, shuá
Rainha de nome que rima
Madre Pérola pedra preciosa
Ih, é mãe já...(!)
O Pai na cabeça, meu dono
Sois todo poder e bondade
Dai-me a Luz
Oxi... Alah
Santo Antonio tem seu dia 13 em junho
Senhor casamenteiro junte-me ao Rei
E Rio e Rio e Rio
Rio no rio do Rio
Tom manso de cachoeira
Oxum de tanto e todo rio
Te nadar até sarar
(de verdade da mentira)
Homem-girassol eu soul free
Me enganar não posso jamais
Não quero ter que dizer nunca
Nem uma coisa que não seja
Bicho solto e a floresta aberta
Há braços em mim tatuados
Pés desnudos hinduindianos
Firme raízes no chão da Terra
Descalçados corpo mente e coração
Do lado esquerdo escrevi igualdade
Irmão gêmeo ao meu
Sábio Fábio outro eu
Sol lua e três estrelas
Do direito ainda não sei bem o quê
Só sei que me pinto ali com certeza
Esse meu desejo mudo não
De calar pra ser pra sempre
Assim sem pressa de realizar
Qualquer sonho é novidade
Real-idade da Luna, amada amiga minha
Te topar de cara limpa
Alma lavada aos prantos
Soluços de felicidade genuína
Correr só pelo prazer do vento
Se chegar tá bem e se não também
E tomar banho e tomar chá
Catar uns cânticos no ar
Hinar a voz em canto
E cantar... cantar
Bailar de lá pra cá
Girar caboclo numa umbanda bacana
Até espiralar...
(espirar lar, expirar lah)
Espiritualizar o ser cansado
Chega de ser tão grande
Pra quê, Ser Maior (?)
Se posso ser menino
E viver só de doçura
Elevado às travessuras
Brincar de sol nascente
Até me pôr em colo quente
Do horizonte mais distante
Do outro lado ao longe
Sonhar um novo mundo
É pra lá que eu devo ir
É lá que eu vou brilhar...

Sonho de Anjo


Há quem não se comprometa consigo
Há quem minta diante de si ainda
Há quem faça pose pra fotografia
E mesmo assim não se revela
Ah, pobre ser fingido
Mas a arte irreversível
Não te poupa sinceridade
Dá seus tapas, seus sacodes
Só não há quem não acorde
Entrem as palmas nos ouvidos
Os gritos de bravo, bravíssimos
Estouram fogos, implodem edifícios
(artifícios dos carentes caretas)
Difícil acreditar nessa gente
Mesmo sendo assim tão parecido
Tão pouca cor no mundo desbotado
Um desejo escuro cheirando à morte
Vontade louca de metralhadora
De sair cuspindo bala
Derrubar um tanto de gente
Esterelizar outros tantos
Homens e mulheres castrados
Sem sexo, sem desejo
Tatuar asas nas costas
Correr o risco de ser riscado
Me furo, me pinto
Sonho de anjo é descer à Terra
Pra no Paraíso ser humano...

tanto grito para pouco pranto

Ser o mesmo é que eu não posso
Perdoa a minha inquietação
Ela nada tem a ver com tua oração
Me cansa a repetição
Figurinha duplicada me estressa
Quero ser outro de novo
Melhor ou maior que fui
O mesmo é que já não dá
Não é pra tanto grito
Mas também não é pra pouco pranto
Minha alma chora desamparada
Pelas tuas costas viradas
Entendo tudo, compreendo mesmo
Mas tem coisa que já não aceito
Não admito porque não minto
A poesia em mim nasceu com força
Rasgando tudo e eu respeito
E não admito que rejeitem meus filhos
Mesmo quando tortos, são todos lindos
Feitos à minha imagem, do eu criador
Coisa divina essa minha dor
É nela em que me fio, nesse pavor
Medo de não ser merecedor de tanto amor
Então te pego e te mastigo e cuspo fora
(feito tabaco fosse, fumo de rolo)
Pura covardia de quem sofreu de abandono
Te destruo antes que ouse tentar me matar
Dizem que a melhor defesa é o ataque, então...
Peço-lhe que me perdoe apenas a falta do tato
Cruzou o meu caminho em hora desajeitada
Por incrível que pareça estou bem, em paz
Feliz até eu diria se acreditasse nela
Pra mim felicidade é o que eu sinto agora
Prazer de ser pai-mãe, a barriga inchada
Coração acelerado, os chacras iluminados
As mãos explodem em luz, a superfície suada
Latejando a pele, puro movimento
(que vem de dentro)
Penso na morte mas não a quero ver agora
Me perdoa, vou deixar pra uma outra hora

RABO PRESO

Tá de rabo preso
Amarrado no pescoço
Nó de marinheiro
Cego é só você
Que não me vê
Ou fingiu não me viu

Lanço tua âncora
Ao mar de confusão
E te afundo junto
O barco e tudo mais
Falta-lhe o ar
Quer respirar(?)
Sinta em si
A minha falta de ar(!)
O desgostoso gosto

Provoca ação
Te provo ôco
Provoca dor

Brinco na orelha
Ao pé do teu ouvido
Porque te quero belo
Enfeitado
Nunca afetado
Dispenso teu peso
Deixo-o em ti
Sai de cima de mim
Deixo-o só
Contigo ou consigo
Entender ou não
Basta-nos de entendidos
Frescura não te topo
Saia já fora daqui

Refresco você
Com o rabo preso
É pinto mole
É muito pouco
É pinto broxa
Perto do pau grossso
Que enfio no teu rabo agora

Ia escrever
Amigo de fé
Irmão nem tão camarada assim
Hahaha!!!
Não te acredito desse jeito
Me desculpe, não te acredito

O maior delírio bom
Pra mim
Que sou ser delirante
(não por opção
convicção pura
conexão fina
clara absoluta)
É o da poesia
Quando se afia
Feito faca cega
Perfurando a carne
O corte na garganta
Degolada galinha d'angola
Desafinando o som
Do seu cacarejo estrangeiro

O último grito de "tô fraco"

E range-me
Os dentes roxos
De raiva
Da arraia venenosa
Que fura
Queima
E te mata

Estribucha no chão aí
Sua bicha, sua bruxa