Tuesday, August 21, 2007

Todo ou nada

Quem é você Nayre Jones
Que me pede intimidades
Me pinta cheio de qualidades
Ainda que afiada seja a espada
A palavra dilacerante contínua
Sacramentada na ponta da língua
Boca aberta cheia delas espantadas
Ouve meu grito e te enganas
Como poderia eu te levar a voar
Se minhas asas são tatuadas
Minha dor nas costas estampada
Mais um grito e outra lágrima
Xingo nomes sujos como sou
Sujo pestilento inflamado
Latejando a favor do tempo
Persistindo bravo na matéria
Vibrando um tanto de saúde
Pra me satisfazer a existência
Cura mental e espiritual
Depois tudo no corpo se ajeita
Se deita no colo da terra
Se lava inteira na cachoeira
E vem correr comigo a montanha
No vento as remexidas cabeleiras
Se preferir meu canto
Sou de quem quiser me ter
No entanto
Tem que ser de verdade
Você é de verdade Nayre Jones
Ou é o codinome da bandida
Preparando um novo assalto
Meu lamento e seu acalanto
Se secar de vez meu pranto
Tenha olhos de vir me ver
E me terás como há de ser
Todo ou nada

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Eu sou você
Num momento de muita dor.
Eu sou você numa tarde de sol.
Eu sou eu saindo da casca.
Acordando pra vida real.
Deixando de lado a fantasia do amor ideal. E rasgando a roupa de super-homem pra sempre. Eu sou a menina, a mãe e a mulher. Se fui bandida, quero ser ré-cofessa. A mal-amada. Rejeitada no útero do pai. Sozinha, coitada. Antes fosse um nada do que o que tentei ser. Mas sou muito aplicada e garanto que tudo o que houve nessa estrada agora começo a entender.
Agradeço suas palavras.
Amar e ser amada.
Algum dia sei que serei.
Mas aguardo ser chamada. O amor vai me escolher.
Guardo-te no peito. Não na carne.
Inteiro no espírito.

4:47 PM  

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