Friday, August 03, 2007

A verdade é que não dá. Mesmo se eu quisesse vê-la... o fim deu-se tão certo naquela noite do teatro... Cumprimos nossos papéis. Eu sabia que assim seria. Te encaminharia à sua nova vida...
No encontro seguinte já não te conhecia. O elo se partiu sem precisão. Não havia razão... Tornei-me a sujeira imediatamente varrida pra debaixo do tapete, e nunca mais te pus os olhos outra vez...
As migalhas que me deixaste, neste tempo desde então, só me fizeram mal, respirando uma falsa esperança, como se algo tivesse sobrado, alguma coisa além de mim... Mas não, nada. Falo do amor pra sempre, das almas gêmeas, do amor mais casto puro divinal. Não é do amor entre homem e mulher que digo, e sim do amor mais próximo do deus em mim...
Levou embora minha riqueza contigo, a criança, deixou-a de castigo num canto qualquer sem atenção. Recortou bem como quis as fotos da infância e pôs num álbum provável mofado, esquecido no passado. Roubou minhas memórias antigas, até as mais recentes, mastigou o video de quando eu era vivo e não devolveu nem meus restos...
E eu mereci. O mal que te fiz recebi em dobro, bem assim como dizem acontecer... Que vai, bate, e volta com força duplicada.
Passei por bons bocados, continuo passando, mas como tudo na vida passa... A nuvem negra também passará. Voarei homem passarinho num céu claro azul novamente... o mar... à noite no alto entre as estrelas...
Sem ressentimentos, mas também nem sentimentos. Não sinto mais.
O tanto de ilusão que me interessava antes de ti, ainda não abri mão totalmente... Mas exergo, nem tão longe, a vida verdadeira, e caminharei unicamente em sua direção, desamarrando-me do velho eu... pra reencontrar minha inocência e voltar acreditar.
Durma bem Princesa, tenha bons sonhos. Quando acordar vem me contar o que aprontou, e que seja um encontro natural, atraídos por nossas vibrações...
E talvez riremos de tudo...
Talvez riremos de tudo...
Riremos de tudo...

0 Comments:

Post a Comment

<< Home