Sou Outro Você

Sunday, December 24, 2006

DE REPENTE

Guarde nada de mim. Nada. Nem de bom nem de ruim.
Apenas acompanhe o movimento; se te interessar saber.
O que eu sou já era. Fui!
É apenas uma questão de tempo, segundos... Ó, já era eu outra vez. E agora sou outro, e de novo, outro, e mais uma vez ainda. Sempre assim. Reinventado a cada novo instante.
Não me defino, ou definho. Sou de repente...
Amor eu sinto. Mas não guardo não, lanço-me junto a ele no vento. Um vôo de anjo. Humano pássaro...

Tuesday, December 05, 2006

A FUGA

Não vá. Não há mais pra onde ir além daqui. Fique... Em toda parte devemos existir. Desaparecer é uma forma de morte saudável, preserva a vida, mas não resolve a dor de existir. Ser coragem pra viver, pra morrer, e faça força para renascer. Dê-se a luz! Se for mesmo, se precisar ir, vá. E volte.

Não sei mais o que dizer. Não tinha nada em mente. Reagi à tua despedida assim, sem querer... a coerência já não faz mais parte... Não sei ser ordem, me entreguei à transformação e a cada novo instante sou diferente. Hoje invento essas frases e me vejo nelas. Amanhã não me servirão mais de nada, provavelmente. Talvez no momento em que eu reler o que acabo de escrever já não encontre mais sentido. É o que acabo de fazer, de me perder mais um pouco em você, e agora em mim te ilumino, e depois em outra pessoa qualquer que aparecer...

Na rua um mendigo vestido com roupas de ginástica - camiseta regata presa dentro do short, faixa na cabeça e um pique de atleta - se aproximou (ainda saltitante) e disse: encontre a cura dentro da sua cabeça.

Vou me dissolver no tempo, liquidificar a matéria, escorrer para dentro da terra, derreter as formas, assumir o espaço físico e transmutá-lo, sumir ou nada. Serei ninguém pra que você exista superior, e faça como eu no momento da despedida, desista, se entregue, se lance e receba aquilo que merece. Tua escolha é essa que anuncia, não tenha medo, foge sem culpa...