O véu que vai com o vento...
Ando pela rua rasgando peito como quem num último ato de coragem se agride enquanto grita: atira! Atira! A vontade de seguir a diante é a mesma que me empalidece a cara e afunda a visão na escuridão. Não há mais o que temer. Em meu corpo deuses e monstros cantam e dançam em nome do prazer que é estar vivo. Através de mim eles existem. Me dão livre acesso no céu e no inferno. Consagro a união comungando bem e mal. Faço a ponte, sou elo de ligação, encaminho os anjos caídos, faço-me passagem de volta pra casa. Lugar nem tão distante quanto imaginava. Pois se estou aqui permaneço lá. A origem celestial me determina. Minha consciência uma experiência divina. Compreendido isso não há mais dúvidas sobre o dever. Simplesmente ser, servindo luz, o que sempre soube, entrando em acordo com aquele que fui quando esquecido de mim cedo o lugar de comandante da embarcação carnal ao seu único e verdadeiro Capitão. Ele é quem me guia. Tudo o que vivi inocentemente preparava o dia de escrever. Os aliados eu enxergo de longe. Nos entendemos sem palavras. Sabemos que já nos conhecemos e isso nos basta. Estamos juntos desde a hora final. Em cada braço a força certa do resgate. A firmeza no abraço. A certeza do amor no perdão.
(em desenvolvimento)
(em desenvolvimento)