Sou Outro Você

Sunday, September 24, 2006

bem-te-vi

Pássaros entre os prédios
Entrem nas construções
Mal acabado mundo nosso
Minha culpa máxima culpa

Assopro som de assovio
Me comunico e ecoo
No vale de cimento concreto
Esquecimento canta enquanto voa

Bem-te-vi você me viu
Beijando a flor o céu se abriu
Dourado sol adorando o dia
Até que a chuva ou o vento esfria

O latido do cão bravo silencia
Abreviado pela vida esvoaçante
Já não cabe em si lança ao vento
Explode em som e a música dança

Wednesday, September 20, 2006

AZUL DE TEMPESTADE


Me respeita a loucura
Deixa eu ser inteiro
Bom e mau
Mal ou bem quero de tudo
O que puder maior do mundo
Vou além
Vejo o céu por cima o céu
Brilhando no ventre a vida
Toda iluminada eu quero
O sol, o sim
A luz do dia amanheceu
Primeiro olhar
Rompendo escura manhã
Do amanhã que eu faço agora
Cheio de alegrias cheias dágua
Chuva nos meus olhos
Enxarcados de morte
Bendita morte
Alagando a praça
De vestido novo
Azul de tempestade
Nos pés descalços
Sandálias ao vento
Vermelho de fogo
Olhos de vulcão
Girando solto furacão
Me abraça forte
Que eu te sinto tarde
Vibração de amor
Pedindo passagem
Licença e silêncio
Evolui a humanidade

Rumo ao centro
O coração sabido de si
Pleno em adoração, aceitação
Entrega e boa viagem (20/09/2006)

Monday, September 18, 2006

para as narinas algo dão

Eu também estou morto, pai.
Eu também morri.

E aprendi.
Tá tudo morto lá fora.
Aqui dentro da mesma forma.
Deus é a morte.
Deus é o silêncio.
Às vezes eu grito, não aceito.
Desejo o que não me pertence.
Agora eu quero o que tiver de ser com toda força.
E que seja doce, sempre!

Santidade


Me olhou e fingiu que não me viu... Vá pra puta-que-o-pariu!
Como ousa diante da presença da minha inteligência dissimular ignorância?
Covarde!
Só te disse a verdade...
Você me pediu sinceridade, entreguei-a toda em suas mãos.
Covarde! Frouxo!
Sua Santidade está morta. Eu matei. Te mato agora.
Covarde! Frouxo! Seu merda!
Medíocre!
Sou Iago, seu Thiago.
Filho rejeitado de Shakespeare.
Alexandre, Amyano, sou Arthur, meu rei, só você não viu!
Me respeita a loucura de ser inteiro, bom e mau, mal ou bem eu quero tudo o que eu puder maior do mundo, vou além, ver o céu por cima do céu, brilhando no ventre a vida toda iluminada, eu quero o sol, o sim, a luz do dia amanhecendo o primeiro olhar, trazendo alegrias cheias dágua aos meus olhos marcados pela morte. Bendita morte. Te tenho amiga, irmã, a minha favorita.
Me abraça que eu te sinto, vibração de amor pedindo passagem, evolui a condição humana ao centro do coração sabido de si...
Pleno em adoração, aceitação, entrega e boa viagem...

Cabeça Dinossauro


Fui buscar a criança
E te encontrei mulher
Linda gigante mutante
Cabeça dinossauro
Um elefante tatuado
Força hindu exposta
Nas costas poder oriental
Magia dos teus olhos elevados
Azuis amarelos verdes misturados
Minha indiana à brasileira
Vem dizer nem que sim nem que não
Te ajeita no peito, ouve o coração
A flor falante fez canção
Reggae para renascer
Toma-me para ti e embebede-se
Desate-nos desatinados nós
Desbaratinados risos
Eu canto a música sem fim
Tudo colorido em mim
O Rio te chama, e eu sou o rio
Nada no meu corpo, a cura
Dança e hipnotiza a alma
Ser encantado graças à Deus
Graças à vida que você me deu
Tua luz e teu amor são meus
Casa, caso, carro, cachorro
Bicicleta, som e paisagem
Poesia em Botafogo
Ou no Bairro Peixoto
Cadeira de palha
Rede e almofadas
Microondas royal
Azul de enfeite
Cozinha branca, comida limpa
Um banquete, fartura da paz
Bênçãos de amor do céu ao chão
O óleo santo na sua testa
Na Terra a conquista mais preciosa
A chave da porta
O caminho de volta

Tuesday, September 05, 2006

Entre Anjos

Amor
Quando é amor
Não cabe na gente
Coração humano
Condição mundana
Mediana
Arrebenta a pele
Transborda inocente
Vazando sangue ralo
Escorrendo quente
Alcança o mundo lá fora
Toma o seu poder
Fora de si
Outro amor adormecido
Despertou com um carinho
O novo dia que amanhecerá
O sol dentro do peito
Espelhando a semelhança
E os dois já são um só
Escancararam portas e janelas
Descortinando toda luz
E a verdade se mostrava
Linda, nua e simples

Água molha o beijo
Lingua banha a carne
Gozo encharca o corpo de vida
Beirando a eternidade

Que meu amor seja só teu quando for
Sem vaidades
Pleno em devoção
Com-paixão e claridade...

HELOISA HELENA

Me toca, Heloisa Helena
Intimidade nossa esclarecida
Lá onde é o fundo d´alma
Um segredo para toda vida
Sentimento puro vai além
Arrebata a dor do mundo
Instante evoluído aquém
Te encontrei no coração
Meu coração caído de anjo
Espalhei a voz aos cantos
Louvores à tua chegada
Diz quem é você, mostra-se deusa
Sopra forte na Terra, derruba tudo
Eu abaixo a cabeça, compactuo
Assumo os nós quando vos achar
A voz reprimida querendo gritar
Solto o voto de felicidade ao vento
Voo de pássaro ligeiro a te eleger
Rainha das flores em nosso quintal
A mãe preta mora nos meus sonhos
E fez jardim de margaridas pra você
A nova ordem te escolheu, te entregou
Em vossas mãos o cetro da bondade
Na cabeça a coroa de riqueza
Jóia rara batendo no peito
Dá força ao progresso verdadeiro
O da bandeira falida derrubei no chão
Risquei o fósforo e fiz fogueira
Na presença linda nua e sua
Mão pousada no ombro rebelde
Acalma tudo em mim, dá tua paz
Eu que nem penso em idolatria
Carrego comigo a sabedoria
Espelhar naquilo que considerar
O mais bonito em mim, te alcançar
Você, misto de força e docilidade
Poder e humildade
Me emociona, Heloisa Helena
O Eu Maior, Deus nos inventou
Criou e uniu em harmonia divina
Fé renovada, irmandade sagrada
Cristo! É Ele quem te ilumina
Brilha tua consciência menina
Alarga a nossa, empresta o raciocínio
São e salvo pensamento santo
Me entrego à limpeza dos teus gestos
À grandiosidade desse teu olhar
Agradeço a vida, Heloisa Helena
Possibilidade de admirar à distância
Teus passos certeiros, tua luz generosa
Acendendo a minha enfraquecida
Buscando o céu pra se firmar
Professora, senadora, presidenta Heloisa Helena

Sois irmã da minha alma...
Sonho com um abraço teu
Um longo, silencioso e caloroso abraço
Fraternidade explícita, escancarado amor
Estou à vossa espera, aguardo sua chegada
Plenitude tão sonhada... Socialismo e Liberdade...