Tantos... todos tolos... ou não!
Sou tantos... todos... tolos ou não... sou tudo!
Do infinito do espanto ao espasmo mais largo do gozo, sou o todo armazenado num corpo. Sou homem. Sexo de homem.
O céu estrelado espalhado no peito. Lua cheia, branco coração gelado, signo de fogo, sagitário. No ventre o mar revolto, força insana, força vital, do bem e do mal; na cabeça vento, brisa e ventania; às vezes furacão. Os pés no chão, na Terra, ascendente touro é terra; nos olhos um vulcão; a promessa da explosão,a premonição... e então explodo, escorro, me cubro de lava... lava que é lágrima...
Sou velho, criança e mulher. Deus, humano e menino. Pai/mãe. Irmão. Filho de Oxalá.
Mestre, eu te acredito. Mestre, estou contigo. Também sou VOCÊ, EU amado, EU amigo. Te abraço dourado, na cor do trigo. Ouço tua voz me chamando - na floresta encantada, no canto dos seres mais lindos - e sorrio. Teus olhos grandes sorriem antes. Pergunta se sei, eu digo que sim, mas não, ainda não. Não sei a que vim.
Peço perdão, uma, duas, três... seis vezes...
E me despeço silêncioso, adormecido em ti, entregue em teus braços sonho o reencontro. Que seja hoje, nessa noite, que seja agora, nessa hora, cedo ou tarde; eu te peço... vem! Me esclarece, me ilumina, me veste com teu manto - tecido de flor, de pétala, de cheiro - esteja assim, bem perto de mim, se possível dentro... com teu olhar de amor, SER doador de amor, SER puro e santo; resgata a criança... faz da gente só riso...
E te agradeço eterno, sem fim, abandonada dor, agora é de outro mundo - do passado, de ontem, antes do novo sol, do sim. Eu quero o sol e o sim... sim... o sol...