UM RESTO DE MIM
Acabei de chegar em casa às cinco da manhã.
Estou morto! Acredite. Morri.
Eu sou a morte, e quero viver o que me resta até o último respiro.
Às últimas consequências.
Suspiro profundo, e depois vou-me embora.
Por enquanto estou aqui, e estou morrendo.
Meu corpo está vencendo. Prazo de validade prestes a expirar.
Vc quer intimidade, vc quer minha amizade...?!
Te dou de verdade. Estou morto... EU SOU A MORTE. Muito prazer.
Não tenha medo, não vim buscar você. Sua hora é outra. A minha é essa.
Nu, sem flores a cobrir meu corpo. Exposto em vida.
Cigano bandido! Me roubou! Me perdi.
Jorro sangue imundo da boca pra fora.
Vomito a veia e tudo mais.
O pulmão já não é o mesmo; é passado esquecido.
Funciona esbaforido, esfumaçado. Escarro o cigarro maldito.
Cuspo verde escuro e vermelho intenso.
Os rins também estão abandonando a função.
Deixaram o barco furado. Cheio de pedras.
Afundando sei que aprendi a nadar um dia, bem cedo, mas esqueci como se faz. Tenho medo do que a vista não alcansa..
Desesperado agito os braços e as pernas para não naufragar.
Alcanso a falsa margem do rio. Não sei ser coragem nessa hora. Covarde sim! Sou um covarde agora!
Me rendi. Entreguei-me aos anjos caídos que me tombaram.
Sinto frio.
O sol exposto já não me toca.
A água gelada me apavora a alma.
Finjo e esqueço a que vim.
Me diverti, isso não posso negar. Hahaha!!!
Mas quem é esse que diz? Sou eu, ou o outro a me levar pra cova?
Somos nós. Eu e você. Te aceito meu assassino.
Enfia a faca no peito. Ou no ventre. Ainda caminho apunhalado, a arma afiada no seu lugar preferido.
Escolha!
E eu escorro qualquer coisa amarelada, podre, pus. Ferido por dentro. Do lado de fora é só resto. Um resto de mim...
Estou morto! Acredite. Morri.
Eu sou a morte, e quero viver o que me resta até o último respiro.
Às últimas consequências.
Suspiro profundo, e depois vou-me embora.
Por enquanto estou aqui, e estou morrendo.
Meu corpo está vencendo. Prazo de validade prestes a expirar.
Vc quer intimidade, vc quer minha amizade...?!
Te dou de verdade. Estou morto... EU SOU A MORTE. Muito prazer.
Não tenha medo, não vim buscar você. Sua hora é outra. A minha é essa.
Nu, sem flores a cobrir meu corpo. Exposto em vida.
Cigano bandido! Me roubou! Me perdi.
Jorro sangue imundo da boca pra fora.
Vomito a veia e tudo mais.
O pulmão já não é o mesmo; é passado esquecido.
Funciona esbaforido, esfumaçado. Escarro o cigarro maldito.
Cuspo verde escuro e vermelho intenso.
Os rins também estão abandonando a função.
Deixaram o barco furado. Cheio de pedras.
Afundando sei que aprendi a nadar um dia, bem cedo, mas esqueci como se faz. Tenho medo do que a vista não alcansa..
Desesperado agito os braços e as pernas para não naufragar.
Alcanso a falsa margem do rio. Não sei ser coragem nessa hora. Covarde sim! Sou um covarde agora!
Me rendi. Entreguei-me aos anjos caídos que me tombaram.
Sinto frio.
O sol exposto já não me toca.
A água gelada me apavora a alma.
Finjo e esqueço a que vim.
Me diverti, isso não posso negar. Hahaha!!!
Mas quem é esse que diz? Sou eu, ou o outro a me levar pra cova?
Somos nós. Eu e você. Te aceito meu assassino.
Enfia a faca no peito. Ou no ventre. Ainda caminho apunhalado, a arma afiada no seu lugar preferido.
Escolha!
E eu escorro qualquer coisa amarelada, podre, pus. Ferido por dentro. Do lado de fora é só resto. Um resto de mim...
1 Comments:
eu amo o que você escreve.
mostro minhas asas, sim.
e vôo em direção ao amor.
aquele que eu sinto, que sei sentir. vôo em direção à felicidade, e me perco, depois me acho, e me perco de novo.
mas não me importo...
e nem sinto mais medo.
ontem uma amiga me mostrou isso:
http://incubadora.fapesp.br/sites/opuscorpus/
acho que você vai gostar.
é lindo.
beijos.
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