Friday, August 18, 2006

PROFECIA CRISTALINA DE CRISTINA

Um rompante criativo, esqueço de tudo no mundo, me coloco à disposição do que está para nascer; espero, preservo, observo. Aguardo pacientemente, mãos pousadas sobre o umbigo. Dentro o útero. Afasto os móveis, empurro gente, eu fico quente e quieto, seja o frio qual for faço silêncio, me despeço. Me dispo e peco, originalmente. Dispenso as bobagens egoístas, não me alimento nem tomo banho. Durmo sim, de vez em quando, só o tempo do descanso, e volto ligeiro a escrever. A te escrever. A dizer sei lá mais o que para que me entenda livre, independente de você. Essa vida doida, muito doida, essa vida doída, eu quero mais é viver "crazy people". Não se pendura em mim, as falsidades fedem mais que qualquer outra sujeira, e no meu pescoço só admito caroço de doença verdadeira, dessas que não tem começo nem meio e nos arrastam breves para o fim. A minha loucura é essa, fazer força contrária e ir ficando firme. Coisa que não acaba nunca é minha vontade de viver, e para seguir ao meu lado tem que ter passo apertado, andar depressa, a condição primordial é essa, mais do que boas idéias eu prezo a agilidade; física, emocional, intelectual. Não tenho tempo a perder com coisinhas de criança. Te quero mulher, se te quisesse menina avisava, ou voltava a atenção para as minhas três sobrinhas lindas. Nem com elas eu brinco de casinha. E eu quando pequeno gostava mais do que jogar bola.
Eu queria mesmo era ser mãe, carregar um filho teu no meu ventre. Inchar os seios de leite, arredondar minhas formas magras. Mas pra isso é preciso cura. Minha e tua. Se não cumprir a parte que lhe cabe do combinado, se não assumir teu compromisso contigo mesma, vou te abandonar de uma só vez, vai nem sentir meu cheiro, não te sopro vento no rosto, sumo mais bento que antes, na ilusão é melhor seguir sozinho porque aí eu vou com Deus. Vai, chama o Antonio, este que não é teu sogro, aceita a profecia cristalina de Cristina e se joga nos braços de quem te quer de qualquer jeito. Braços de quem quer qualquer uma de qualquer jeito. Eu só te quero se for direito, se fizer o esforço para merecer.
Te ajeita direitinho que eu agrado da beleza. Mas cuida primeiro por dentro. Acerta antes teu joguinho barato de sedução infantil, essa tua carência boba, coisa de mulher bonita e burra querendo chamar ainda mais atenção além do sol que traz nos olhos. Quer o mundo aos teus pés, todos apaixonados por ti...? Assuma-se assim então, e derrame seu charme pelo chão, escorrendo entre as pernas. Até eu vou te seguir, lambendo teus passos. Encharca tudo, me molha... Faz que é puta, você é gostosa, tá podendo sim. Mexe com os homens das outras, rouba todos para si e faz teu harém de machos. Sou homem de uma mulher só, sou teu homem. Enquanto desfruta dos paus duros, peço apenas que divida alguns comigo, eu também gosto de chupar a fruta. Não tenho vagina mas tenho ânus; uso os termos mais limpos para não parecer tão profano.
E sou vadio sim, sou da Terra, sou humano. Mas também sou santo, sou sagrado, sou humano.

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