Wednesday, December 28, 2005

Em São Paulo não chove passarinho

Ligados intimamente por toda a eternidade, separados em corpos distintos perdidos na grande cidade. O mesmo amor que nos uniu os separa agora. Talvez exista um morto nessa história. Talvez dois, ou até mais... É bem possível que sim. Muito provável ser assim quando dor demais é guardada. Na ignorância sofrida de cada um o invisível perde-se no material concreto duro, só no outro vislumbra-se uma nova chance, ele que é o mesmo de antes, anterior a si próprio, e a mim também, um outro eu, o segundo...
Minuto, hora, dia, mês... anos, décadas, centenas de milênios...
Assassinato também é suicídio, não sabia?!
Só os pássaros brincam na chuva grossa que cai lá fora, além da janela fechada. Amam a tempestade assim como o Sol. Não sofrem porque não pensam. E assim, livres da prisão maldita em que nos encarceramos, escolha própria nossa, voam inocentes uns buscando os outros, professores de si mesmos, e de nós todos.

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